O Uruguai começa a trabalhar uma nova estratégia para poder entrar com cortes ovinos com osso na União Europeia (UE) e outros mercados que não admitem ainda o produto, uma vez que o Uruguai é um país livre de febre aftosa, com o uso vacinação. Apoiando-se no Código Sanitário da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai tentará explorar o conceito de “compartimentação” de ovinos para poder vender cortes com osso aos europeus.
O Código Sanitário da OIE estabelece as normativas para o comércio de animais e subprodutos da espécie. O conceito de “compartimento” já está incluso no Código de Aftosa e outras doenças animais (incluídas aves e suínos); isso faz com que nenhum país possa ignorá-lo.
O objetivo é criar um compartimento (isolamento) para ovinos. No Uruguai, não se vacina essa espécie contra a febre aftosa -, onde os animais cumpram seu ciclo sob rígidas evidências científicas que demonstrem a ausência de febre aftosa e, uma vez prontos, serem enviados a um frigorífico habilitado para exportar à UE, fazendo parte de um negócio de cortes com osso com algum dos 27 países do bloco europeu.
A ideia do MGAP é começar a trabalhar agora, buscando ter uma experiência pronta para o ano que vem. A delegação uruguaia já manteve contatos no marco da Assembleia Anual de delegados da OIE, com os representantes da UE e apoiando a iniciativa.
A cadeia de carnes do Uruguai informou mais de uma vez à Comissão Europeia e às autoridades de outros mercados, como por exemplo, Israel, sobre seu interesse em vender cortes ovinos com osso, mas, por mais evidências científicas que apresentem, até o momento, sempre foi rechaçada.
Todo ano, antes da Assembleia Anual de delegados da OIE, a direção geral de serviços pecuários apresenta evidências científicas baseadas em amostras sorológicas que certificam que não há febre aftosa. Esses levantamentos têm um alicerce fundamental nos ovinos que, por não serem vacinados contra essa doença e conviverem no mesmo campo com os bovinos, seriam os primeiros a adoecer, porque não têm proteção.
Com informações do jornal El País Digital.