O Suffolk foi introduzido no Brasil em meados da década de 1930, por criadores gaúchos, que importaram um macho da Inglaterra. Seguiram-se novas importações na década de 1960 e 1970, para outras regiões do País. Contudo, a expansão da raça ocorreu no início da década de 1980, a partir de importações feitas da Inglaterra e Nova Zelândia. Nesse período, a raça se popularizou, ganhou força e se tornou e mais criada no Brasil.
Por outro lado, a partir da década de 1990 houveram importações massivas dos Estados Unidos e Canadá, que possuem uma cultura diferente de criação. Os americanos preconizam o grande tamanho e a criação em pequenos espaços, com muita alimentação. O que resulta em animais muito altos e frágeis às condições de pasto e clima e presente no Brasil. Entre o fim dos anos 1990 e os anos 2000 o Suffolk sofreu com a diminuição dos rebanhos e o afastamento dos criadores.
Contudo, no fim dos anos 2000 o Brasil passou a importar animais e sêmen da Nova Zelândia e a partir de 2011, iniciaram a importações de animais e sêmen inglês. “Nós fizemos consultas a especialistas e aos próprios criadores e chegamos a conclusão que o Suffolk brasileiro deve ter características muito acentuadas da linhagem inglesa, que se aproximem de sua origem, ou seja, animais mais baixos e de aptidão carniceira”, afirma o presidente da ABCOS, Bruno Garcia Moreira.
O dirigente afirma que em breve a maioria do rebanho de Suffolk no Brasil terá características inglesas. “Há alguns anos iniciamos a importação de sêmen de animais genuinamente ingleses, que foi muito aceito pelos criadores e que estão sendo usados paulatinamente nas cabanhas. Não tenho dúvida que o Suffolk será extremamente competitivo na produção de carne e muito resistente, afinal os nossos animais passaram por diversas linhagens, muitas adversidades e essa resistência será uma importante herança genética”, ressalta Garcia Moreira.
De acordo com o diretor técnico da ABCOS, Gustavo Martins Ferreira, que julgou os animais da raça na Expointer deste ano, o Suffolk tem um caminho bastante promissor. “Nesta Expointer, o campeão e seu reservado juntamente com o terceiro e quarto melhor, a campeã e sua reservada juntamente com a terceira e quarta melhor, são os animais que veremos com mais frequência e em maior número nas próximas feiras e exposições. De modo geral, já pudemos observar animais mais próximos do chão com um bom equilíbrio entre as partes do corpo mostrando funcionalidade. Ainda há algumas questões a serem ajustadas, mas não tenho dúvida de que os criadores estão no caminho certo”, define o zootecnista.