No Rio Grande do Sul, no distrito das Palmas, no Corredor dos Collares, aconteceu no último dia 05 de maio uma vigília de produtores que reivindicam mais segurança no campo. O ato de manifestação contou com a presença da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Associação de Produtores das Palmas e Joca Tavares, vereadores Antenor Teixeira (PP) e Esquerda Carneiro (PTB) e demais produtores que receberam no final da tarde o chefe de Polícia Civil, Guilherme Yates Wondracek.
O chefe prometeu aos produtores o empenho do governo do estado no combate ao abigeato. “O governo do Estado vai tratar de forma efetiva no combate a esse crime. Prometemos instalar uma Coordenadoria de combate ao abigeato em nível estadual para centralizar todas as ações em um local único, com efetivo especializado para repreender o crime no campo. Assim, teremos um grupo especializado para realizar patrulhas à noite dando mais segurança aos produtores”, declarou Wondracek.
O presidente da Associação e Sindicato Rural, Rodrigo Borba Moglia, destacou ao chefe de Polícia Civil que o crescimento do abigeato não afeta apenas os produtores do ponto de vista econômico, mas também moral. “Os produtores, suas famílias, os trabalhadores do campo, todos estão se sentindo desmotivados, desvalorizados com o crescimento do abigeato em nossa região”, afirmou Moglia.
No ato, foi produzida uma carta aberta dos produtores para as autoridades de segurança do Rio Grande do Sul. A carta foi lida pelos produtores ao chefe de Polícia Civil. Nela, foram indicados quatro pontos principais como exigência dos produtores de Bagé. O primeiro ponto é a implantação de uma delegacia voltada para a zona rural.
O segundo ponto é a instalação de câmeras de vídeo-monitoramento em pontos estratégicos. Também foi solicitado apoio do governo do estado ao Projeto de Lei 6.999/2013, de autoria do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), e ao programa de segurança rural Acinser.
O vice-presidente da Associação de Produtores das Palmas e Joca Tavares, Fanor de Souza Alves, ressaltou que o ato foi positivo em mobilizar o setor e levar as demandas às autoridades. “Já planejamos realizar outra mobilização como essa para a próxima semana. A intenção é demonstrar cada vez mais para a população em geral o problema do abigeato e os prejuízos que ele provoca para toda a sociedade. Não queremos perder a força das nossas reivindicações”, disse.
Campanha para a comunidade
Durante a manhã de terça-feira (05), a Prefeitura de Bagé foi sede da reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. O grupo presidido pela secretária Sandra Moraes, recebeu representantes de entidades como a Associação e Sindicato Rural de Bagé, órgãos de segurança, como Polícia Rodoviária Federal, Acinser, Vigilância Sanitária.
Na ocasião, a Associação Rural levou ao Conselho, a preocupação do setor sobre o aumento nos casos de abigeato na região da Campanha, em especial em Bagé, além de sugerir uma campanha de conscientização da população sobre os perigos do consumo da carne oriunda de abigeato.
“A secretária ficou encarregada de mobilizar órgãos como secretaria de saúde municipal para que se levantem os dados de zoonoses provocadas pelo consumo de carne não fiscalizada. Isso é importante porque se ocorre elevado número de abigeato é porque há um grande consumo de carne não fiscalizada. É esse consumo que mantém o mercado de abigeato. Então deve-se ressaltar através de uma campanha os perigos para a comunidade de um consumo de carne in natura ou em embutidos feito de carne que não originários de um abate legalizado e dentro das normas e exigências sanitárias”, alerta Moglia.
Importância do Registro
O presidente da Associação e Sindicato Rural também destaca que a entidade fará uma campanha junto aos produtores para que sejam feitos os registros de ocorrência quando há furto ou morte de animais na propriedade. O fato é que muitos produtores não fazem o Boletim de Ocorrência (BO), o que acaba facilitando para que os criminosos permaneçam impunes.
Além disso, as informações prestadas através do BO sobre os casos de abigeato podem auxiliar a dimensionar a ameaça que esta prática criminosa traz para o setor produtivo e para a comunidade em geral. Com isso, torna-se imperativo que medidas e investimentos para a segurança no campo, exigidos pelo setor, sejam atendidos pelas autoridades governamentais. “Hoje, pelos números que oficialmente se apresentam, acreditamos que os registros não representem 50% da realidade que ocorre nas propriedades rurais”, afirmou o presidente da Rural.
Com informações do portal Capril Virtual.