Na última quinta-feira (15), representantes de diversas entidades ligadas à ovinocultura gaúcha estiveram no salão nobre da Associação e Sindicato Rural de Bagé (RS), durante a 7ª Agrovino. O objetivo do encontro foi “realizar uma radiografia da ovinocultura gaúcha”, como definiu o assessor técnico da ARCO, Edegar Franco, sobre o evento “Ovinocultura em Debate”.
O presidente da ARCO, Paulo Afonso Schwab, apontou a reunião como fundamental para o apoio à ovinocultura. “Houve um decréscimo no número do rebanho. Afinal, nos anos 70 tínhamos cerca de 13 milhões de cabeças de ovinos e chegamos a ter, recentemente, três milhões. Hoje, após um trabalho junto ao Estado, chegamos ao montante de mais de quatro milhões de ovinos. Por isso precisamos traçar estratégias, porque essa atividade é uma alternativa de renda e podemos aumentar essa produção, tornando-se, esse, o nosso ‘dever de casa'”, disse.
O presidente da Associação Bageense de Criadores de Ovinos (ABACO), Geraldo Brossard Corrêa de Mello, comentou que a realização do evento dentro da programação da Agrovino demonstra a consolidação da feira. “O município, por si só, demonstra a pujança da atividade. Por isso, temos que trabalhar ativamente para chegarmos onde a ovinocultura merece”, disse em seu pronunciamento no início do evento.
A importância da ovinocultura também foi enfatizada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé, Nélson Wild. “Nós temos uma tradição de lidar com a ovelha e um padrão, na região, de estiagens frequentes. Dessa forma, essa atividade não favorece apenas como alternativa de renda, mas também atua na sucessão rural, fazendo com que os jovens possam permanecer no campo, preocupação essa fundamental da Fetag”, destacou o sindicalista.
O presidente da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Rodrigo Borba Moglia, salientou que entende a necessidade de serem estabelecidas pelo governo a aplicação e manutenção de políticas de Estado que permaneçam sem alterações a cada dois ou quatro anos. A reunião para formalizar um planejamento estratégico é fundamental para estipular ações como o melhoramento do rebanho ovino, entre outros aspectos, segundo o dirigente.
Definições
Segundo Edegar Franco, o evento serviu para que cada um dos representantes apresentasse o seu ponto de vista sobre a ovinocultura no estado. “Com as observações, se pode encontrar a melhor forma para desempenharmos essa atividade, apontando as nossas fraquezas, os pontos fortes e como podemos fomentar as nossas potencialidades”, ressaltou Franco.
Na ocasião ficaram definidos dois grupos de trabalho: um técnico e outro político. O grupo técnico vai ser formado pela ARCO, Embrapa, SENAR/RS, SEBRAE/RS, FEPAGRO, Emater, associações regionais de produtores e universidades. Já o grupo político, será formado pelas instituições vinculadas à Câmara Setorial da Ovinocultura do Estado.
As entidades pertencentes ao grupo técnico farão uma nova reunião durante a 31ª Feovelha, em Pinheiro Machado, com dia e horário ainda a serem definidos.
Com informações da ARCO e do jornal Folha do Sul.