Resultado de de um projeto desenvolvido no Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga (Interior de São Paulo), o Índice de Custo de Produção do Cordeiro Paulista (ICPC) permite acompanhar a variação do custo da produção de ovinos, levando a melhor compreensão da dinâmica econômica do setor.
O projeto foi desenvolvido pela zootecnista Camila Raineri, doutoranda do LAE. “A ovinocultura paulista é um setor relativamente novo e em expansão e ainda não existem índices de custo como os já usados em outras atividades”, conta a pesquisadora. Segundo ela, o que já existe no setor é o indicador de preços para ovinos, desenvolvido pelo professor Celso Carrer, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga. “Com esses dois indicadores, os criadores terão em mãos instrumentos que permitem mostrar qual é a rentabilidade do negócio”, completa.
Camila também atua como criadora de ovinos e relata a dificuldade que existe, atualmente, para os produtores calcularem o custo de produção. “Como o criador não sabe qual é o custo real do seu cordeiro, corre-se o risco de achar que o preço de venda do animal é justo, quando, na verdade, o lucro pode estar sendo deprimido”, conta. O ICPC surge a partir desta demanda.
O ICPC foi desenvolvido em três etapas. Na primeira, foi realizado o levantamento de todos os insumos utilizados na ovinocultura a partir de entrevistas com cerca de 60 criadores de cinco regiões produtoras do Estado de São Paulo, e com técnicos do setor atuantes nestes locais.
“São regiões ligadas às cidades de Araçatuba, São José do Rio Preto, Campinas, Piracicaba e Bauru. Elas representam cerca de 52% do rebanho de ovinos existente no Estado”, explica Camila. Essas reuniões aconteceram entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2012.
Foram levantadas as principais características encontradas na ovinocultura de cada região, como a área utilizada, número de funcionários, alimentação (grãos, cana e outros volumosos), índices zootécnicos (como taxas de prenhez e mortalidade), sanidade (vacinas e vermífugos), equipamentos (trator, carreta, ensiladeira — equipamento que corta o capim), preço de mão-de-obra (registrados e diaristas), valor da terra, etc.
Com informações da Revista Exame.