O governo federal anunciou, semana passada, Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, disse que haverá um aumento, mas não confirmou qual será o percentual referente à safra que começa em julho. Contudo, a expectativa da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é de que haja uma expansão de 20% sobre os R$ 136 bilhões reservados para crédito ao setor na safra 2013/2014.
Se a demanda for atendida, o valor do plano pode atingir R$ 163,2 bilhões. “Pedimos um aumento de 20% no valor do volume de dinheiro por produtor”, disse Kátia sobre reunião realizada com a presidente Dilma Rousseff na última semana. A senadora, afirmou que o volume de recursos federais não é o principal problema e o aumento é menos essencial do que a manutenção das taxas de juros incidentes sobre os empréstimos do Plano Safra. “Se puder trocar (o aumento) por juros, eu troco”, disse.
Adequações no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) estão previstas para o Plano Safra 2014/2015, que será lançado no dia 19 de maio em Rio Verde, Goiás. Entre as mudanças, destaca-se também a linha de crédito específica para a pecuária brasileira. Em coletiva realizada na sexta-feira (9), em Cuiabá, no Mato Grosso, o novo secretário de Política Agrícola do Mapa, Seneri Paludo, destacou ajustes necessários no novo Plano Agrícola e Pecuário contemplando exigências dos produtos rurais.
Segundo ele, o seguro rural deverá garantir não somente a produção, mas a rentabilidade gerada no negócio. Além disso, é previsto que o próprio produtor receba o valor do seguro e possa escolher a seguradora – atualmente os valores são repassados ao produtor pela seguradora habilitada pelo Mapa. Dos R$ 136 bilhões referentes à safra passada, R$ 97,6 bilhões foram destinados a financiamentos de custeio e comercialização, e R$ 38,4 bilhões para programas de investimentos. “Do total, foram tomados R$ 117 milhões até março deste ano. Sabemos que não faltarão recursos para os produtores”, enfatiza Paludo.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, ressalta que o seguro rural é o que mais preocupa o produtor rural. “Precisamos de redução no prêmio do seguro rural e aumento na abrangência do seguro”. Na pecuária, é solicitado crédito para ser aplicado na fase de cria dos animais e na recuperação das pastagens degradadas. “Nos últimos dois anos perdemos muitas matrizes”, disse o vice-presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Guilherme Nolasco.
Com informações do DCI.