O crescimento da ovinocultura de corte – a chamada ovelha-carne, em substituição à ovelha-lã – no Rio Grande do Sul está exigindo das autoridades do setor e dos próprios criadores e frigoríficos maior investimento em estratégias de diferenciação da carne de cordeiro.
É um produto diferente, novo, com qualidades especiais, mais rápido de produzir, cuja demanda está aumentando, mas que ainda precisa ser melhor qualificado. A cadeia produtiva e de comercialização terá que ser melhor organizada, não só para garantir remuneração ao produtor, mas rendimento nos frigoríficos, presença contínua no varejo e qualidade ao consumidor.
A Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, tinha projetos neste sentido, como o do Cordeiro Alto Camaquã, mas, ultimamente, não se falou mais no assunto. Também há o Cordeiro Herval. Na Fronteira-Oeste, onde estão os maiores rebanhos ovinos, não se fala em mais técnica e tecnologia na produção.
O passo inicial poderia ser o censo ovino, pois os números do rebanho são contraditórios. De acordo com a Secretaria da Agricultura, o Estado tinha, em 2009, 3.439.103 animais (já teve 13 milhões), criados por 37.855 proprietários, em 39.512 propriedades. Mas a declaração anual do rebanho, prevista em lei, é feita pelos proprietários, e está sujeita a incorreções.
Coluna de Danilo Ucha no Jornal do Comércio (RS).