Os programas de televisão similares ao “Master Chef” se proliferam nas grades de programação. Os grandes nomes da gastronomia estão sempre colocando em prática suas receitas requintadas e cheias de sabor. Contudo, um ingrediente tem se destacado: a carne de cordeiro. Isso mesmo, os carrés e paletas são os protagonistas de pratos bonitos e saborosos, que encantam telespectadores Brasil a fora.
A carne de cordeiro e não de um carneiro adulto, como tradicionalmente é consumido nas propriedades, vem ganhando cada vez mais espaço nos restaurantes e no paladar dos brasileiros. A demanda por carne de cordeiro cresce 20% ao ano de acordo com a ARCO. O consumo nacional está estimado em cerca de 700 gramas ao ano por pessoa, no qual 70% da carne é importada de países como o Uruguai. Por outro lado, a Nova Zelândia consome 40 quilos per capita por ano de carne de cordeiro e a Austrália 20 quilos.
Contudo, é nos campos de manejo que a magia acontece e os cordeiros são produzidos. O Brasil possui 18 milhões de cabeças de ovinos, mas qual a qualidade da carne de cordeiro e qual a lucratividade para os criadores? Aí entra a qualidade do Suffolk, que é uma raça conhecida pela qualidade no sabor da carne, na aplicação para o rebanho comercial. Nos últimos anos, a raça Suffolk, por meio da ABCOS, tem estimulado os criadores a utilizarem em seus rebanhos animais de linhagem inglesa. Os resultados já começaram a aparecer.
O Suffolk Brasil é um animal compacto, mais baixo e com muita massa muscular, principalmente na parte posterior (pernil), anterior (paleta) e superior (lombo), que são os cortes nobres da carne de carneiro. Uma raça lanada, com rápido ganho de peso, forte função terminadora e com rusticidade que vem sendo aprimorada para aguentar os campos brasileiros de norte a sul, adaptando-se ao clima tropical.
“O Suffolk consegue ter muito ganho de peso e um excelente rendimento de carcaça. Esses fatores que se revertem em lucro financeiro para os produtores. Essa capacidade de rendimento do Suffolk está atraindo muitos criadores, inclusive de estados do Norte e Nordeste, que concentram uma importante fatia do rebanho comercial brasileiro. Os feedbacks têm sido muito positivos”, afirma o presidente da ABCOS, Vinício Bastos.
O ano passado foi de muita expressão para a raça e o ponto alto foram as vendas na Expointer. “As vendas do Suffolk superaram as expectativas e chegamos ao índice R$ 150 mil, ou seja, todos os animais disponíveis forma vendidos. Isso evidencia a qualidade do novo Suffolk Brasil. É o mercado que dita a criação em nossas propriedades. O novo biotipo do Suffolk está atraindo novos investidores mais rápido do que imaginávamos”, revela o mandatário.
Em 2018, Bastos projeta um ano ainda melhor. Segundo ele, haverá a 10ª Exposição Nacional da raça, no mês de maio, em Maringá (PR), durante a Expoingá. Os criadores também intensificarão as feiras do interior, além da Expointer 2018, em Esteio (RS). “A produção de cordeiros de qualidade no Brasil vai passar pelo Suffolk nos próximos anos. Isso tende a ser irreversível. Portanto, quem trabalha com a ovinocultura precisa conhecer a fundo o novo Suffolk Brasil. Os investidores devem estar atentos a participação dos criadores de Suffolk nas feiras e exposições”, ressalta.