“A demanda pela carne de ovinos tem crescido no Brasil e não temos como atender os consumidores”, diz o pesquisador da Embrapa, Fernando Reis, um dos especialistas que conduz as pesquisas com ovinos no Mato Grosso do Sul. Na opinião do pesquisador, um dos problemas do crescimento lento da produção no Estado está na organização do setor.
De acordo com Reis, para atender o mercado interno há necessidade de importar o produto, um dos motivos dos preços altos da carne ovina. Enquanto a arroba do boi está em torno de R$ 120 a de ovino está entre R$ 140 e R$ 190 e no supermercado a diferença de preço acompanha. Um exemplo é a costela ovina que não sai por menos de R$ 22 o quilo e a paleta de R$ 25 a R$ 26, mesmo assim não é em todo supermercado que se encontra a carne de carneiro, cordeiro ou ovelha.
Um dos motivos do aumento de consumo da carne ovina, acredita Fernando Reis, está relacionado aos problemas sanitários que acometeu os bovinos como a Febre Aviária (Ásia), Mal da Vaca Louca (Europa) e Febre Aftosa (Brasil) que reduziu a oferta mundial desse produto, além de o consumidor optar por um produto mais saudável e isento de problemas sanitários.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); aponta o Brasil como 14° maior produtor mundial de ovinos com um plantel de 15 milhões de cabeças e com um crescimento anual aproximado de 2,5% ao ano em sua produção.
Os produtores brasileiros têm dificuldade em aumentar sua produção e torna-la mais rentável por uma série de barreiras, tais como a inexistência de um mercado constante, de uma oferta regular de matrizes para recria, de frigoríficos adequados para atender esses animais, comercialização entre outros.