A ovinocultura está retomando seu fôlego depois de um intenso calendário de eventos em 2013 e que continuará em 2014. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (ARCO), Paulo Schwab, nas feiras de primavera, que são mais fortes na venda de bovinos, também houve procura por ovinos, o que mostrou que o mercado está aquecido. “Estamos trabalhando com preços do cordeiro a R$ 5 o quilo vivo. O mercado ovino está superior ao preço do boi e acreditamos que vai continuar mais alto em 2014”, afirmou ao Jornal do Comercio.
Considerada a principal feira de ovinos do Rio Grande do Sul, a Feovelha, de Pinheiro Machado, que será realizada de 29 de janeiro a 2 de fevereiro, espera repetir o número de animais do evento de 2013, que chegou a 7 mil, e superar em 10% as vendas do ano passado, que foram de R$ 1,5 milhão.
O otimismo se dá por causa da demanda pela carne, que tem aumentado, além dos preços pagos no mercado internacional pela lã. “Na lã temos preços superiores quase 20% em relação há um ano, chegando a R$ 7 o quilo”, destacou o tesoureiro do Sindicato Rural do município, Max Soares Garcia, ao mesmo jornal.
O reflexo do bom momento da ovinocultura, de acordo com Schwab, passa também pelo incentivo do governo do Rio Grande do Sul, que por meio do programa Mais Ovinos no Campo, lançado em fevereiro de 2011, já liberou quase 70% dos R$ 100 milhões destinados para a retenção de matrizes. Com isso, o rebanho gaúcho chegou a 4,1 milhões de cabeças em um total de 17 milhões em todo o Brasil.
Entretanto, o consumo per capta ainda é tímido, conforme salientou o presidente da ARCO. Atualmente, a média é que cada brasileiro consome cerca de 400 gramas de carne ovina por ano. Para atender à demanda, ainda é preciso importar o produto do Uruguai, que envia aproximadamente 7 mil toneladas anualmente para o Brasil. “Para chegarmos a um consumo de 2,5 quilos por habitante ao ano, o que já é pouco, precisamos de um rebanho de mais de 50 milhões de cabeças no País”, estimou Schwab.
O presidente também acredita que um dos passos para o avanço da cadeia produtiva no País é conter a informalidade nos abates do setor, que chegam a 92% no Brasil e 75% no Rio Grande do Sul.
Com informações do Jornal do Comércio.